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FALANDO DE SENTIMENTOS – AMBIVALÊNCIA
Ambivalência
Por Beatriz Breves
Curioso perceber que a ambivalência se faz sentir quando a pessoa experimenta simultaneamente, de forma contraditória e focado no mesmo objeto, outros sentimentos em suas formas opostas, por exemplo: “eu adoro correr e, simultaneamente, eu detesto correr”.
Um sentimento que ao elevar a dúvida ao seu grau mais extremo, a descaracteriza. A dúvida, já na condição de ambivalência, não reconhece o “OU”, ficando a pessoa sem a opção de escolha.
Dizendo de forma mais clara, a dúvida se situa entre dois e, de alguma forma, oferece a alternativa da escolha. Ao passo que a ambivalência se coloca sobre ambos e, não oferecendo opção de escolha, paralisa a pessoa na própria contradição.
Assim, não é uma questão de gostar “OU” não gostar, mas de, simultaneamente, gostar “E” não gostar; de querer “OU” não querer, mas de, ao mesmo tempo, querer “E” não querer; de amar “OU” não amar, mas de, inseparavelmente, amar “E” não amar; etc.
Mas, enfim, talvez seja exatamente pela existência de contradições que, entre uma ambivalência e outra, vamos nos dando a chance de realizar escolhas em nossas vidas.