UM COELHO OU UM RATINHO?

Esta semana sai com duas amigas e um amigo para comer uma pizza. Lá pelas tantas, resolvi ir ao banheiro. Tão logo retornei, uma das amigas colocou no centro da mesa uma bolsinha de moeda que lhe pertencia e me fez a seguinte pergunta:

– “Que bicho é este?”
– “um rato!”- Respondi, sem nenhuma dúvida.

Diante de minha resposta, a amiga não conseguiu esconder a sua decepção:

“- Isto não é um coelho?!”
-“Não!” – Afirmei.
– “Acho que eu vejo um coelho porque tenho pavor de rato”! – A amiga falou realmente decepcionada.

A outra amiga disse: “- Ela cismou que é um coelho e a gente tá tentando dizer para ela que é um ratinho!”.
– “Veja como um ratinho branco ou cor de rosa (a cor da bolsinha)!”– falei sorrindo.

Achando a cena no mínimo curiosa, pois, de fato, era um ratinho, eu tentei explicar que um coelho teria a orelha muito maior. Ela, contestando o argumento, respondeu, tentando mostrar, o quanto a orelha era grande. Enfim, não tinha argumento, ela não tinha dúvida de que a bolsinha era no formato de um coelho.

Portanto, para aquela amiga a sua bolsinha continuou sendo um coelhinho e para nós um ratinho. Este foi um belo exemplo da interação entre a realidade psíquica e a realidade objetiva, de como cada um vai colorir (compreender) o mundo com as cores (os conteúdos) de sua realidade psíquica.

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