SEMPRE HÁ O QUE ENSINAR, SEMPRE HÁ O QUE APRENDER

Durante esta semana assisti um vídeo que falava sobre a utilidade das pessoas e correlacionava a pessoa produtiva como sendo útil e a pessoa de idade bem avançada como sendo …sem utilidade. E assistindo este vídeo lembrei-me de uma experiência que havia vivido:
“(…) E só assim pude perceber o quanto eu estava sendo cega ao ver aquela senhora à minha frente como um pedaço de carne viva. Eu nunca olhei para um bebê como um pedaço de carne viva e entre aquela senhora eu um bebê, a diferença é que um bebê despertava em mim a ilusão dos meus sonhos e ela, a desilusão dos meus sonhos. E só por isto me assustava tanto.
Não, ela não era um pedaço de carne viva, mas um ser humano que estava ali, do jeito dela, usufruindo a tarde, não com a idade e a saúde que eu gostaria de ter para sempre, mas com a idade e a saúde que vida nos impõe com o passar do tempo. E só por isto me assustava tanto.
Percebi que aquela senhora tão idosa vibrava os semitons da vida, contrariando o meu desejo de que a vida só tocasse na escala principal. E só por isto me assustava tanto.
Enfim, aquela senhora da cadeira de rodas, eu senti, ainda poderia me ensinar muito se eu estivesse disposta a aprender. (…)”(1)

(1) Breves, Beatriz. No Diálogo do Silêncio. Homenagem à Velhice Avançada e ao Ampara Thereza Christina, publicado em “Uma Noite Encantada – Dizer Poesia do Bairro Peixoto. Antologia dos autores, moradores e visitantes do Bairro Peixoto”. Organização Beatriz Breves, Fabio Fabricio Fabretti e Sonia Viana. Pg.29. RJ. Noite Encantada Autores Independentes. 2008.
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