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FALANDO DE SENTIMENTOS – APEGO
APEGO
Por Beatriz Breves
O sentimento de apego poder ser representado como o “carcereiro dos sentimentos”, pois aprisiona a pessoa a si mesma ou a seus interesses.
Na tentativa de suprir um sentimento de falta interna, há quem sinta apego por pessoas, animais, objetos, dinheiro, saúde, doença, ideias, etc. e, principalmente, à própria vida, perdendo ou menosprezando, por conta deste sentimento, a liberdade de ir e vir.
No entanto, é importante entender que se o sentimento de apego tem a sua origem na falta, a recíproca não é verdadeira, nem toda falta suscita o sentimento de apego.
A falta que induz ao sentimento de apego, fala muito mais perto da passagem do tempo, passagem esta que representa a finitude da vida; ou uma época de fartura para uma de escassez. Ficar apegado ao que passou ou imaginar que, ao longo da vida, não haverá mudanças, não vai melhorar o ânimo de ninguém. Todos os dias nascemos e todos os dias morremos. E o sentimento de apego, buscando alivio do sofrimento em consequência de uma ausência ( seja ela de uma pessoa, animal ou coisas materiais), tenta congelar o processo de vida com diversas aquisições que se tornam alvos da ilusão de preenchimento.
Mas não adianta, o tempo passa e tudo se vai nessa caminhada, até mesmo a gente vai indo, dia-a-dia, em direção a saída. E, quem sabe, parando de remar contra a vida, permitindo-se experienciar a fluidez do tempo, seja possível a libertação deste carcereiro interno.
Sentimento publicado no livro “Falando de Sentimentos com Beatriz Breves. p.27. RJ:Mauad X. 2019.