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FALANDO DE SENTIMENTOS – INVEJA
INVEJA
Por Beatriz Breves
Podendo ser considerada uma das ervas daninhas dos sentimentos, a inveja corrói tanto o seu alvo quanto quem a sente.
Tem a inveja sanguessuga, aquela que, fazendo-se valer da lei do menor esforço, se torna um parasita na conquista do outro. Sem falar da inveja arrogante, que não se permite receber e nem doar. Ainda tem a que sente gozo na derrota do outro ou, simplesmente, sente desprezo pelo sucesso de alguém. Vixe! E a seca pimenteira, olho gordo, olho grande, mau-olhado, etc.
De fato, são tantas as expressões do sentimento de inveja que fica até difícil enumerar.
No entanto, por ser a inveja um sentimento humano, todos nós somos capazes de senti-la. Sei que há quem vá dizer que nunca sentiu inveja. Eu diria que isto até não seria impossível, mas é muito provável que seja um ledo engano.
Aquele que não é capaz de reconhecer o seu potencial em sentir inveja, está se expondo ao sério risco de ser corroído pela própria inveja. E isto porque, se os sentimentos se ativam por ressonância, inveja ressoa inveja. Então, não seria a inveja do outro, mas a nossa própria inveja que, ativada pela do outro, pode se tornar a nossa pior inimiga. E esse seria o grande perigo, pois enquanto nos preocupamos com quem nos invejou, a nossa inveja interna, então ativada, “comendo solta”, vai nos destruindo aos poucos.
Portanto, se está frente a frente com uma pessoa invejosa, preste atenção em si, para não permitir que o seu sentimento de inveja, como um vulcão adormecido, entre em erupção.
Quanto à pessoa invejosa, se entendermos que a inveja caminha lado a lado com o sentimento de admiração, ela, se sentindo alguém extremamente incapaz e inferior, não suporta vislumbrar no outro aquilo que admira e gostaria de ter ou ser. Logo, muito mais do que uma pessoa perigosa, é alguém muito infeliz.
Sentimento publicado no livro “Falando de Sentimentos com Beatriz Breves. p.66. RJ:Mauad X. 2019.