FALANDO DE SENTIMENTOS – CORONAVÍRUS

CORONAVÍRUS

Por Beatriz Breves

No entorno de minha vida, o presente se faz tão estranho. Ao mesmo tempo que conheço a tudo e a todos, não reconheço nada e nem ninguém.

Ao ligar a internet, vejo pessoas acima dos 80 anos largadas a própria sorte para dar espaço aos mais jovens. E se não fosse pouco, assisto a corpos apodrecendo em suas casas para desespero dos seus. Sinto dentro de mim um choro inconsolável.

Ao ligar a TV, sinto o cheiro da morte exalando do chão. As pessoas vão morrendo como em um filme de terror: morre uma, duas, três e milhares, uma a uma vai morrendo; e Eu posso morrer ou uma pessoa que amo pode morrer. Sinto uma dor sem alívio.

Ao ligar o rádio, escuto projeções assustadoras de fome, miséria, colapso mundial etc. Sinto medo, fé, pessimismo, esperança, tristeza, solidão, impotência, coragem etc. Uma confusão de sentimentos que em alguns momentos, até parece, não sinto nada, a frieza se apossa de mim.

Ao ler o jornal, percebo ser inacreditável o que está acontecendo. Não parece real, mas, entretanto, é realidade. Sei que estou acordada, mas vivencio como se estivesse dormindo em um pesadelo. Sinto a perplexidade.

Desligo tudo. Não quero saber de mais nada. Entretanto, uma reflexão se impõe: no uno planeta terra, ao mesmo tempo que sou uma em milhões, eu sou milhões em mim.

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