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COMO VAI O SEU TEMPO?
Você já se deu conta que se ficar fechado em uma sala, sem nenhuma referência externa e sem um relógio, perderá a noção de tempo? Isto acontece porque nós só podemos sentir o tempo através dos rastros que a sua passagem nos deixa, até que seja pelas marcas que começam a aparecer em nossa pele.
Interessante o conceito de tempo linear, um tempo onde os fenômenos são progressivos; e de tempo cíclico, um tempo onde os fenômenos se repetem. Assim como, também, penso que ninguém irá questionar que o futuro está a nossa frente. Mas nem sempre foi ou é assim, pois para os hebreus, o futuro estaria vindo depois de nós.
Sem falar que os Neurs, um povo sudanez, “(…) não são capazes de falar (do tempo) como de algo que passa e que pode ser poupado ou desperdiçado. (…) O tempo é percebido como mero movimento de pessoas (…)”(1). Já os Hopis do Arizona “em vez dos três estados temporais – passado, presente e futuro – (…) imaginam dois estados que, juntos, abrangem nosso passado, presente e futro”(2). No sudeste do Sudão, para os Azandes, concluiu-se “a partir de seu comportamento, (…) que, para esse povo, o presente e o futuro se superpunham (…)”(3). E etc.
No campo da ciência física, consegue-se observar as estrelas se afastando umas das outras demarcando um intervalo de tempo medido a partir do tamanho do universo: antes, um universo menor; presente, o universo do tamanho de hoje; e, o futuro, o universo maior.
Com Kandinsky, o ponto na pintura passou a ser a forma mais concisa de tempo. Com Einstein, o tempo passou a ser a ser relativo no continuo espaço-tempo. No campo da psicanálise, Freud propôs o inconsciente como atemporal. Diferente de Freud, a ciência do sentir propõe o inconsciente Relativístico, ou seja, o inconsciente com tempo, um tempo dilatado se comparado ao tempo do consciente.
Conforme estamos constatando, “o tempo, em todos os seus aspectos, foi considerado de muitas maneiras conceitualmente distintas”(4). E se é assim podemos ousar particularizar a questão com a seguinte pergunta: como vai o seu tempo?
Referências Bibliográficas:
(1) Whitrow, G.J. O Tempo na História. p.22. Jorge Zahar Editores.1988
(2) Ibid. p. 21
(3) Ibid.
(4) Ibid. p. 23